quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Crítica - "O Filme dos Espíritos"

por Adriano Portela

Domingo fui assistir "O Filme dos Espíritos", roteiro de André Marouço. Confesso, me decepcionei. Esperava algo grandioso para a obra chave da doutrina: O Livro dos Espíritos. A ideia de adaptar um livro que há mais de 150 anos vêm ajudando a milhares de pessoas, merecia uma homenagem melhor.

A trama gira em torno do personagem Bruno (Reinaldo Rodrigues), um professor de psiquiatria. Depois de induzir a esposa a fazer um aborto e perdê-la para o câncer, ele se entrega ao alcoolismo. Bruno acaba sendo ajudado por um varredor de rua e em seguida pelo seu ex-professor, interpretadao por Nelson Xavier, que por sinal faz um ótimo trabalho, tirando totalmente - mesmo fazendo um filme espírita - o estereótipo de Chico Xavier. O professor também é vítima de um tumor. Outros personagens, como se estivessem em núcleos de novela, também aparecem na história, como uma mulher que está prestes a perder a mãe, novamente para o câncer e um médium que vê espíritos constantemente.

Pelo lado espírita da coisa, achei o filme muito triste e ao mesmo tempo muito parado. Para quem não conhece a doutrina, acaba pensando que tudo está em torno dessa angústia e melancolia. A reunião mediúnica - momento clímax - é estampada na película e ainda de um jeito não muito correto. A reunião conta com a presença do personagem principal; o que na prática não acontece, para o médium frequentar um momento do tipo, leva-se muito tempo de preparo e estudo, ou ser uma ocasião muito especial, o que não ficou claro no filme.

Já pela parte cinematográfica, a obra mais parecia um produto de TV. O longa traz muitos núcleos para apenas 98 minutos, uma imagem que remonta a novela antiga; movimentos sem necessidades em horas que não cabiam, a alternância demais entre câmeras de mão e parada. Um excesso nas cenas de bebedeira do protagonista, muitos planos detalhes. Enfim, Nelson Xavier e Ana Rosa foram desperdiçados, infelizmente.

Nossa doutrina, que teve pontos cinematográficos tão altos, como Nosso Lar e Chico Xavier, ficou a desejar em "O filme dos Espíritos". Vamos torcer para que as próximas produções voltem aos padrões dos filmes supracitados.

"Os Mensageiros" - em breve!


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